sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

FREDERICO ANTUNES DEBATE AS ASSIMETRIAS DO ARROZ NO MERCOSUL



O Deputado Frederico Antunes, como presidente da Comissão do Mercosul, promoveu hoje durante a reunião da Comissão, um debate sobre as questões de custos, produtividade, carga tributária, impacto econômico, importação e exportação do arroz brasileiro, na comparação com os países vizinhos do Mercosul.

O Presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, abriu os debates apresentando uma série de números que apontam a grande diferença de custos do produto brasileiro, estimado em 50% mais caro do que o arroz da Argentina e 24% maior do Uruguai. Apesar disso, a produtividade gaúcha é alta e só perde para os Estados Unidos. Porém, a elevada importação no período da nossa colheita, oprime os preços e cai a produtividade, segundo Dornelles. O Presidente da entidade disse ainda que o Brasil já é autossuficiente na produção do arroz e já supre toda a demanda interna.

O Deputado Frederico Antunes salientou que outra consequência a ser considerada, é que muitos produtores brasileiros se transferiram para Argentina, Uruguai e Paraguai, plantam arroz a menor custo e vendem o produto no Brasil, disputando o mesmo mercado com os gaúchos. "Esse impacto na nossa economia tem que ser considerado", ressaltou.

Cezar Augusto Gazzaneo, Diretor do Sindarroz, corroborou com os números apresentados, principalmente no que se refere à queda na produtividade. Mas insistiu que o nosso problema não está na importação e sim "dentro de casa, com custos muito elevados", disse.

Roberto Fagundes, presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana, classificou a balança comercial do arroz como "irresponsável" e destacou à grande importância da Fronteira Oeste, na cadeira da lavoura orizicola.Toda a região sul do Estado concentra quase 100% das lavouras. Ele também mostrou-se preocupado com os produtores que estão migrando para outras culturas, como gado ou soja. "Quem sai do arroz não volta mais", afirmou. O Rio Grande do Sul produz 70% de tudo o que é consumido no Brasil.

Rodrigo Rizzo, Coordenador da Câmara Setorial do Arroz da Secretaria da Agricultura, representando no debate também o IRGA e o Secretário de Agricultura, Ernani Polo, parabenizou o trabalho da Comissão do Mercosul pela disposição de revisar esses tema. "Temos que ter uma solução emergencial, mas também o Mercosul tem que entender o arroz como sendo um produto diferente dos demais. Os problemas da lavoura orizícola afeta não só o setor, mas toda a comunidade", disse.

ENCAMINHAMENTOS SERÃO LEVADOS AO GOVERNO DO ESTADO

No período das propostas apresentadas, ficaram definidos três encaminhamentos:

1.Apresentar ao Governador José Ivo Sartori e ao vice Cairoli, a problemática do setor, as carências diagnósticas e as estratégias para a solução da crise.

2.Revisão dos procedentes tributários no período da colheita para dar fôlego financeiro aos produtores. Essa pauta também será apresentada ao governo.

3.Reforço da salvaguarda junto ao Governo Federal, da quantidade do produto que entra no Brasil, vindo dos países do Mercosul. E também com relação à qualidade sanitária do arroz importado.

O Deputado Frederico Antunes sugeriu ainda, que no 4 de dezembro, após o encontro do produtores de arroz que será promovido pela Federarroz, em Porto Alegre, seja agendado com o Governador Sartori, uma reunião para apresentar as considerações definidas nesta quarta-feira (29). Para agilizar, Frederico Antunes já fez contato com o Chefe de Gabinete do Governador Sartori, José Carlos Mocelin, e encaminhou o pedido.




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