segunda-feira, 15 de junho de 2020

Regiões de Uruguaiana, Caxias do Sul, Santo Ângelo e Santa Maria registram piora e ficam na bandeira vermelha na sexta rodada



O Estado registrou quatro situações de bandeira vermelha nos cálculos do modelo de Distanciamento Controlado. As regiões de Caxias do Sul, Santo Ângelo, Santa Maria e Uruguaiana passaram de bandeira laranja para vermelha nesta sexta rodada do modelo, divulgada neste sábado (13/6) e que entra em vigor na próxima segunda-feira (15/6), com validade até o dia 21 de junho – com exceção das regiões em bandeira vermelha, que permanecem com essa classificação pelas próximas duas semanas.


As mudanças decorrem de dois fatores: a contínua piora dos indicadores de propagação e de capacidade do sistema de saúde e a revisão dos indicadores e dos pontos de corte realizada pelo Estado, que tornou o modelo mais sensível à evolução da doença e mais restritivo às situações mais críticas da pandemia.
Além disso, a região de Bagé passou de bandeira amarela para laranja, e a região de Santa Cruz do Sul obteve melhora nos indicadores, indo de bandeira laranja para amarela. As demais regiões não tiveram alteração na classificação final, sendo que as regiões de Taquara, Pelotas e Cachoeira do Sul permanecem em bandeira amarela.


Mesmo com os alertas feitos desde semana passada, o Estado continuou apresentando piora nos indicadores em relação à pandemia. O número de novos registros de hospitalizações por Covid-19 nos últimos sete dias, comparado à semana anterior, apresentou um aumento de 32,8%, passando de 241 para 320. O mesmo se observa com o número de internados por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em UTIs, que passou de 280 para 365 internações – crescimento de 30,4%.


URUGUAIANA E SANTA MARIA


O indicador de variação de internados por SRAG em UTI, mensurados pela macrorregião Centro-Oeste, passou de bandeira amarela para preta entre as duas semanas – efeito do aumento absoluto de internações e da redução na faixa de corte do indicador.


A região de Santa Maria e a de Uruguaiana tiveram um aumento expressivo durante a semana, passando de 14 para 25 e de quatro para oito, respectivamente.


Em Uruguaiana, o indicador de hospitalizações confirmadas para Covid-19, registradas nos últimos sete dias, também apresentou bandeira preta, com um crescimento de oito hospitalizações entre as duas semanas – de seis para 14.
Na macrorregião como um todo, apesar de o indicador de internados confirmados para Covid-19 em leitos clínicos não ter apresentado crescimento tão expressivo (de 26 para 30), os de internados pela doença (casos confirmados) em UTI elevou expressivamente (de 13 para 24).
Na sexta-feira anterior (5/6), a região de Santa Maria tinha nove internações e, na última sexta-feira (12/6), apresentava 18 – aumento de nove internações em uma semana.


Em Uruguaiana, as internações passaram de quatro para seis. Devido a esse crescimento e, também pelas alterações nos pontos de corte, o referido indicador ficou em bandeira preta, com um alerta importante para as duas regiões.
Os indicadores de estágio da evolução na região e de incidência de novos casos sobre a população também tiveram pioras nas suas bandeiras nas duas regiões – ambos com bandeira vermelha para Santa Maria e com bandeiras preta e vermelha, respectivamente, para Uruguaiana.


O indicador de projeção de número de óbitos para o período de uma semana para cada 100 mil habitantes, que substituiu o de número de óbitos nos últimos sete dias para cada 100 mil habitantes, apresentou bandeira preta nas duas regiões.


Apesar de que os indicadores de capacidade de atendimento e de mudança de capacidade de atendimento tenham se mantido entre bandeiras amarela e laranja, foram os efeitos observados de propagação do vírus e de doenças por SRAG que exerceram esse elevado alerta nas duas regiões.
Com a alteração para bandeira final vermelha, espera-se que a propagação do vírus inicie um processo de redução. Ao mesmo tempo, pode ser esperado um aumento na utilização da capacidade hospitalar no curto prazo, tendo em vista o tempo necessário entre a ação de restrição e a diminuição de crescimento nas hospitalizações.


BANDEIRAS VERMELHAS

A partir da revisão de indicadores e de gatilhos de segurança apresentada na quinta-feira (11/6), as regiões que atingiram a bandeira vermelha precisarão de duas semanas consecutivas em bandeiras menos elevadas – amarela ou laranja – para efetivamente obterem a redução.


A mudança no ponto de corte dos indicadores tem como objetivo reforçar a antecipação dos efeitos da pandemia e a segurança da população. Com base em diversas simulações de cenários, percebeu-se que o sistema de bandeiras necessitava de ajustes para sinalizar a piora de indicadores de tal modo que antecipasse de forma mais adequada o avanço da pandemia no Estado.
Para alcançar essa antecedência, foi preciso um esforço conjunto de uma equipe técnica multidisciplinar, que permanece se reunindo diariamente para acompanhar o avanço da Covid-19 no Estado. Assim, os pontos de corte se tornaram mais estreitos e passam a refletir melhor a realidade, conferindo maior segurança ao modelo, que se torna mais sensível a mudanças para garantir o atendimento no futuro.


A implementação da ‘Regra das Bandeiras Preta e Vermelha’ faz com que, caso uma região atinja bandeira final vermelha ou preta, seja preciso duas semanas consecutivas com bandeiras menos graves para que a região possa obter redução na classificação de risco.


O objetivo deste gatilho de segurança é o de assegurar e caracterizar a efetiva melhora nas condições de uma região. Assim, as quatro regiões do Estado que atingiram a bandeira final vermelha deverão cumprir na íntegra essa regra para efetivamente retornarem a bandeiras amarela ou laranja.


Por último, as regiões com situação de bandeira vermelha não poderão ter regras mais brandas que as estipuladas nos decretos estaduais, portarias da saúde e protocolos segmentados. A flexibilização disposta no Distanciamento Controlado aos municípios é permitida apenas em situações de bandeiras amarela e laranja. No caso de medidas mais restritivas, os municípios podem adotar.


PIORA EM BAGÉ

A melhora na Capacidade de Atendimento da macrorregião Sul não foi suficiente para compensar a piora em quatro indicadores de Propagação de Covid-19 na região de Bagé. Além disso, houve seis registros de hospitalização nos últimos 14 dias, impedindo a utilização do benefício da trava de redução da bandeira.


PRINCIPAIS DADOS DA SEXTA RODADA

O número de novos registros de hospitalizações SRAG de confirmados com Covid-19 aumentou 32,8% entre as duas últimas semanas (de 241 para 320);

O número de internados em UTI por SRAG aumentou 30,4% entre as duas últimas sextas-feiras (de 280 para 365);

O número de internados em leitos clínicos com Covid-19 aumentou 13,8% entre as duas últimas sextas-feiras (de 224 para 255);

O número de internados em leitos de UTI com Covid-19 aumentou 35,7% entre as duas últimas sextas-feiras (de 171 para 232);

O número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 aumentou 8,3% entre as duas últimas sextas-feiras (de 542 para 587);

O número de óbitos por Covid-19 reduziu 10,7% entre as duas últimas semanas (de 56 para 50).

As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (89), Caxias do Sul (63), Passo Fundo (26), Novo Hamburgo (24) e Santa Maria (21).

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